Na minha forma de ver, a música é uma das formas mais singelas de linguagem, onde, antes de tudo, lidamos com sentimento e verdade. Com o passar do tempo e o amadurecimento o músico vai aumentando seu nível de discernimento e finalmente entendendo “A VERDADE QUE EXISTE POR TRÁS DE CADA NOTA”.
Tudo o que estudamos para nossa evolução: harmonia, modos, escalas e técnicas avançadas associado a um grande investimento em guitarras, amplificadores e pedais, que são ferramentas importantíssimas para o desenvolvimento e formação de um profissional, tem necessariamente de estar a serviço da sua música, porque é nela que está inserido o seu DNA, e é isso que vai te fazer ÚNICO e reconhecido em cada nota que tocar. Muitos músicos se tornam literalmente ESCRAVOS dessa luta pelo reconhecimento e idolatria; estamos falando do BONZÃO FORMADOR DE OPINIÃO, esse é o músico que passa a maior parte do tempo copiando solos clássicos dos anos 80, cheios de arpejos e fusas. Esses registros musicais deixados pelos grandes ícones do rock, do jazz, do blues e outros gêneros são pontos importantes de pesquisas para propiciar a nossa identidade musical e artística, pois se não tiver essa finalidade para o entendimento do fundamentos estaremos sempre lembrando alguém, sem domínio técnico compreensível, harmônico, melódico e improvisativo. Isso tudo cai por terra quando se é convidado para fazer uma Jamsession e ter que improvisar numa sequência de 2,5,1 em (Ab) (risos).
A sua música começou no dia em que você fez o seu primeiro acorde, e aí sim encontramos uma verdade inquestionável… “A QUALIDADE DA SUA FIGURA”. Definitivamente não é o que você toca, mas como toca, por mais simples que seja a figura tocada. É por isso que Clapton foi chamado de Deus e Santana tem 9 Grammys. Aqui seriam chamados de ENGANADORES. A música é uma benção, um dom que nos foi dado por Deus e interpretado de forma única, pelo simples fato de sermos únicos. É de grande importância COPIAR e aprender com um vocabulário e a linguagem de grandes mestres, mas tudo isso tem que passar pela sua forma de tocar e ser absorvido como alimento para sua criatividade, até porque se tudo que você tocar for sempre uma cópia de alguém, quem é que vai te copiar ?… (risos).
Acredito honestamente que você não precisa ser um chato pra ser sofisticado e nem brega pra ser popular… e a sua IDENTIDADE vai ser reconhecida pela escolha de notas, acordes e sonoridade… Pelo grau de importância temos em primeiro lugar: o músico, que é o estudo de harmonia, técnica associada à experiência e muita estrada. Depois temos o instrumento, que com o tempo vai absorver a personalidade do músico e proporcionar o suporte necessário pra desenvolver suas ideias e acrescentar qualidade ao produto final do seu som. E por último um bom amplificador, que vai projetar com clareza, força e definição tudo o que você sabe fazer com uma guitarra nas mãos. Efeitos, pedais e pedaleiras são importantes no seu setup, mas sempre serão coadjuvantes que dependem totalmente da sua forma de tocar e tem de ser estudados a fundo, principalmente se forem usados como simulação de amplificadores e alto falantes. No fim das contas o importante é estar livre tocando, livre da necessidade de ser maravilhoso em cada compasso que tocar, livre da obsessão de impressionar pela técnica, articulação e velocidade e livre do medo de errar e ser criticado.
Enfim, ser livre é dominar o que está tocando de forma comprometida, responsável e se deixar levar pela única coisa que é sua, a responsabilidade pela verdade que existe em cada nota que você for tocar, te fazendo diferente de tudo e de todos…
Edson Bastos.
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3 comentários sobre “O SEU DNA TOCANDO GUITARRA”
Gostei da idéia do site, tem bastante dicas e informações sobre a música e os músicos maranheses.
Parabéns Jamilson!
Obrigado Chiquinho França pelo reconhecimento, saiba que um dos propósito desse projeto é valorizar a história da nossa música e também nós artistas que desempenhamos grandes responsabilidades para este cenário.