Esse Artigo é um relato de minha vivência, trajetória profissional e musical acompanhado de vídeos que simbolizam uma espécie síntese do meu pensamento sobre criação musical e reflete os tipos de caminhos composicionais que venho trilhando incansavelmente durante todos esses anos. Quem me conhece de perto, sabe do meu zelo pela Melodia e do meu entendimento sobre os ¨Meus Acordes¨ como meros resultantes da conversa das vozes contidas em cada Discurso.
Como penso em Acordes
Acredito cegamente no jogo da Polifonia e de como naturalmente os ¨assuntos¨ que ora se repelem, ora se agrupam, podem originar determinados shapes de acordes de forma instintiva. – E de onde vem esse instinto? – Devo estudar campos harmônicos e progressões? Estas são perguntas frequentes de alunos onde leciono, tanto na Universidade, no Conservatório, como também nas oficinas que ministro falando sobre estes assuntos, e costumo responder que sim. Claro que devemos compreender a lógica envolvida nesses estudos, mas que isso nunca nos engesse num emaranhado de fórmulas e regras.
O vídeo abaixo retrata uma grande experiência que consolidou de fato a minha análise sobre a condução harmônica e principalmente melódica, confirmando a importância das experiência que vivi e que tento esmiuçar na minha forma de tocar.
Creio que o pensamento deva ser ampliado e podemos buscar isso inclusive em outras áreas. Eu por exemplo, sou aficionado por fotografia e um dos conceitos que se usa muito em composição fotográfica é o da psicologia Gestalt. Esse trata do conhecimento prévio do todo para poder entender as partes. Quem nunca observou aqueles cartazes ou capas de discos onde se usam só os traços mais marcantes do artista e de como apenas esses elementos são suficientes para nos levar ao nome da figura em questão? Quantas camisas dos Beatles, por exemplo, que possuem apenas estampados os cabelos dos quatro e automaticamente nos levam ao quarteto inglês, mesmo sem precisar ver seus rostos? Isso é o principal ponto da Gestalt…. Por conhecermos o todo, os fragmentos desse todo nos levam a ele. Isso é síntese.
E na música? Como me utilizar desses dispositivos? A minha maneira foi ouvir, ouvir, ouvir e tentar entender os ¨todos musicais¨ de vários compositores das mais variadas épocas. De tanto escutar discos desde criança, observo que qualquer motivo melódico me leva a determinadas situações, lugares, cheiros, lembranças (sonoras e de vida), já conhecidas.
Então isso tudo funcionaria como uma mera colagem de coisas já antes visitadas? – Não, pois sempre podemos decepcionar as expectativas desse ¨Todo¨. Ora, se na harmonia nós chamamos de deceptivas as cadências que resolvem em diferentes alvos eu também posso contrariar as expectativas daquela linha melódica mais óbvia que ali me foi sugerida e desaguar em outros mares. Daquele ponto eu posso começar outro assunto, concordando, discordando, concordando e discordando de novo, e por aí vai se tecendo infinitas possibilidades e acreditem, o fio dessa teia por mais ¨diferente¨ que possa parecer, no final das contas é tonal. O autor que vos escreve foi fortemente embalado por serestas e coisas brejeiras na sua infância, então mesmo os lugares mais tortuosos dessa peça, nos levarão aos caminhos de casa onde nossas mães nos esperam sorrindo com uma caneca de café.
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Um comentário sobre “HARMONIA E MELODIA… COMO DISCURSO?”